domingo, 11 de outubro de 2009

Transição


Rembrandt


TRANSIÇÃO


Esta aparência incerta
de meus passos
estrandando histórias
e dengos
às vezes, em salto
às vezes, sobressalto
voa
para cima
ou para baixo
em rumo concomitante
de chapéus e sapatos
infernos e céus

-um corpo que se enterra
uma alma que se liberta
aberturas e obscurecimentos
de véus

E o chão
que se dilacera
entre o santo e a fera
abre o peito
para me revelar
ou esconder

3 comentários:

Pedro Du Bois disse...

belissima construção, Hideraldo. Parabéns. Pedro.

Rafael disse...

boa.

Blog do Poeta Sandro Pinto disse...

Caro Hideraldo. Belíssimo poema! As contradições ficaram lindamente expressas. Parabéns. Sandro Pinto.