quarta-feira, 5 de outubro de 2011
quinta-feira, 12 de maio de 2011
EM TEUS OLHOS FLORESTAS

EM TEUS OLHOS FLORESTAS
Em teus olhos florestas
acendem palavras
demarcadas pelo espanto do invasor
O riso é flor em marcha
d’alma envolvida em dor
Em tua boca o território
se recolhe à taba
e escondes tua nudez
como fosse praga
A cicatriz já foi posta
em tua alma mata
e tua garganta vomita canções
de saudades vindas
e um passado que não deságua
Vontade de ser mãe
terra saudade da ausência
de quem ficou
nos limites extremos
entre a civilização e a farsa
e a falta de pudor
do explorador
A tua tribo se levanta
e o arco alcança
a flecha que não foi
arremessada atinge
o sangue do arremessador
-a submissão do braço
não confessa a fervura
da idéia
E teu canto graúna
assume a bravura
de uma graça que não era
para a guerra
Hideraldo Montenegro

A TINTA ESCREVE PALAVRAS TINTAS
Mas, num dia só gaivotas reviravoltas
em torno de mares e olhares alhures
navegantes soturnos de vidas presas pescadas
em bicos e anzóis toda solução está na cor do mar do olhar
em torno da vida o beija-flor beija a flor e corre risco pelo néctar
do bico a boca abre a flor e fecunda a bica e o pio
todos os olhares voltam-se para si mesmos
nada sai inteiro a tinta do tinteiro escreve palavras tintas
HIDERALDO MONTENEGRO
EM MEUS LÁBIOS NENHUMA PALAVRA

EM MEUS LÁBIOS NENHUMA PALAVRA
Concentrado em meu desejo antevejo o gozo
de um prazer inalcançável
procuro nos dedos o que resta de ti
-Uma sombra que se esvai
em meus pés o caminho se desfaz
sempre nas voltas de desenhos
não realizados na estrada
Tudo é aconchego em esperanças
tratadas como sonhos
em meus lábios nenhuma palavra
é esboçada para firmar o recorte
da quimera do beijo
HIDERALDO MONTENEGRO
quinta-feira, 24 de março de 2011
SEMEADOR

SEMEADOR
Há muitos desertos em meu peito
e visito-os
como uma ave de rapina
apenas à caça de alguma presa
-uma sombra que aparece de repente
e alerta este instinto caçador de oásis
-um jeito de sobreviver
nesta fome de solidão
Trato o poema como o lavrador
açucarando a terra
nesta imensidão solitária
E, não balancem estas bandeiras em minha cara
não assumi nenhuma
e não vou indicar estradas a percorrer
cada um faça o seu trajeto
afinal, nem mesmo sei se estou indo
ou voltando
Estou plantado
como um espantalho
no tempo
de braços abertos
esperando a semeadura
do poema
HIDERALDO MONTENEGRO
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TURISMO

TURISMO
Estive em outro
coração
e lembrei de você
HIDERALDO MONTENEGRO
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TOQUE

TOQUE
Tua mão desassossego
em meu corpo
relampeja
acende
e queima
-pura combustão
Acorda-me vulcão
(ereção na pele
tua em mim)
HIDERALDO MONTENEGRO
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